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Livro 6 - Laranja Mecânica


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Livro: Laranja Mecânica
Título original: A Clockwork Orange
Autor (a): Anthony Burgess
Editora:Aleph
Páginas: 200
ISBN: 8576570033

Sinopse: Narrada pelo protagonista, o adolescente Alex, esta brilhante e perturbadora história cria uma sociedade futurista em que a violência atinge proporções gigantescas e provoca uma reposta igualmente agressiva de um governo totalitário. A estranha linguagem utilizada por Alex - soberbamente engendrada pelo autor - empresta uma dimensão quase lírica ao texto. Ao lado de '1984', de George Orwell, e 'Admirável Mundo Novo', de Aldous Huxley, 'Laranja Mecânica' é um dos ícones literários da alienação pós-industrial que caracterizou o século XX. Adaptado com maestria para o cinema em 1972 por Stanley Kubrick, é uma obra marcante: depois da sua leitura, você jamais será o mesmo.
Autor: Laranja Mecânica de Anthony Burgess, lançado em 1962, é um romance distópico, que se passa em um “futuro” londrino.. Burgess foi um escritor, compositor e crítico britânico, falecido em 1993. Conhecido por ser um autor controverso, sua obra mais conhecida é Laranja Mecânica, criticando o uso do behaviorismo em lavagens celebrais em diversas clinicas e prisões.

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Desenvolvimento: A história acompanha a vida de Alex, sendo o livro narrado pelo próprio personagem. O livro é dividido em três partes. Primeiro, somos convidados a conhecer a vida de Alex, sendo um adolescente londrino que passa as noites junto de sua gangue praticando “ultraviolência”, termo utilizado pelo autor. O personagem principal pode ser considerado um sociopata: inteligente e esperto, com um gosto pela violência e música clássica. Ele e seus amigos percorrem a capital cometendo roubos, furtos, estupros e outras atrocidades, sem se importar com as consequências. O grupo utiliza uma linguagem própria chamada “Nadsat”, com influência inglesa e russa.
Após acompanhar alguns feitos da gangue, em um dos assaltos é malsucedido, e Alex acaba indo para cadeia após uma traição, começando assim a segunda parte do livro.



“Acabei de terminar a Parte Um – que é o crime puro. Agora vem o castigo.” A. Burgess

Na cadeia, Alex consegue o emprego na capela, colocando as músicas religiosas no aparelho de som. Mas em um infortuno, acaba sendo acusado de bater até a morte em um dos companheiros de cela, e se vendo sem saída, concorda em participar de um experimento que prometia recuperar a bondade das pessoas.
Mesmo antes das sessões o leitor é avisado quanto o experimento. O capelão parece lamentar o destino do rapaz, afirmando que talvez Deus não aprovasse o meio que os cientistas estariam buscando a cura para a maldade.

“Eu sei que perderei muitas noites de sono por causa disso. O que Deus quer? Será que Deus quer insensibilidade ou escolha da bondade? Será que um homem que escolhe o mal é talvez melhor do que o homem que teve o bem imposto a si?” (BURGESS, 2005, p.97)

Inicialmente, Alex gostou do lugar que foi levado. Afinal depois de meses em uma cela suja e cheia, um quarto individual com boa comida era o paraíso. Sempre muito educado, quando necessário – mostrando assim o seu lado sociopata ao se mostrar dissimulado, percebe que não será tão fácil ter um passe para a liberdade. Os dias que se seguem os médicos aplicam nele o que chamam de “Tratamento Ludovico”, uma espécie de tratamento de aversão, baseado no Behaviorismo. Utilizando inicialmente um remédio para causar dores e náuseas, relacionando a imagens e sentimentos ligados a violência, fazem com que ele se sinta doente toda vez que pense em algo relacionado a crueldade.
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Mesmo o capelão falando que eles tiraram o livre arbítrio dele, após quinze dias e um teste na frente de várias pessoas, ele é liberado para condicional, iniciando assim a terceira e última parte do livro.
Alex, entretanto, percebe que o tratamento mudou totalmente sua vida. Além de seus pais o ignorarem, o trocando por outro inquilino, a música clássica passa a ser motivo de dor, pois relaciona-se com um dos filmes que foi obrigado a ver durante o tratamento.
Várias situações mostram que mesmo com o tratamento Alex ainda quer a violência, mas por causa das sessões não consegue nem sequer pensar em algo cruel sem ter dores intensas a ponto de pensar em suicídio.
O livro de Burgess já causa estranhamento com o linguajar. Recheado de gírias “Nadsat”, o autor usou isso com o propósito de causar essa perturbação no leitor.

“O linguajar, tanto no filme como do livro [...] não é mero enfeite [...]. Foi criado para transformar Laranja Mecânica, entre outras coisas, em uma cartilha sobre lavagem cerebral. Ao ler o livro ou assistir ao filme, você se verá, no final, de posse de um mínimo vocabulário russo – sem nenhum esforço, para a sua surpresa. É assim que funciona a lavagem cerebral. ” (BURGESS, 1972)

Logo de cara, em uma nota direcionada ao leitor, ele é convidado a fazer a leitura de duas maneiras diferentes. Acompanhando a tradução das gírias com um glossário que se encontra no final do livro, ou “mergulhar na narrativa bizarra de Alex” e se emergir em uma leitura perturbadora.
Engraçado que o começo da leitura pode ser irritante, tentar entender as palavras que o escritor joga na história e não parecem fazer sentido. Mas com o decorrer da história você começa a passar despercebido pelas palavras, afinal você já as entende. E assim como o personagem do livro, somos submetidos a uma “mini lavagem cerebral” por repetição. Somos contagiados pelas gírias sem nos darmos conta.
A história contada em primeira pessoa pode irritar um pouco. Afinal por Alex usar muitas palavras “diferentes” você pode não entender muita coisa, mas isso parece ter sido a intenção do escritor. E talvez alguns leitores, como eu, ache estranho quando ele outro personagem tem falas na história e não usa o mesmo linguajar.
Uma das críticas que o autor faz é contra o sistema carcerário, mostrando quão ineficaz é. Burgess mostra que as cadeias servem apenas para juntar e formar pessoas perigosas. Não “conserta” ninguém.
Burguess ainda fala da lavagem cerebral, algo que ele condena veemente e acredita ser uma péssima saída para caso de bandidos e a população em geral. Mostrando que não se pode mudar uma pessoa, apenas maquiar suas vontades.
O autor conclui o livro com Alex aos dezoito anos, se mostrando uma pessoa madura, pelo menos na concepção dele. Ele passar por tanta coisa que os leitores podem estranhar a pouca idade dele. Mas ele tinha apenas quatorze anos no início do livro.

Conclusão: O livro é fácil de ler, mesmo com as gírias no meio da leitura, é uma história fluida e tranquila de acompanhar. As cenas de violência podem incomodar um pouco, mas o autor não detalha muito, e o uso das gírias mascara algumas sensações.
Uma distopia que deve ser lida e apreciada, não só por sua importância histórica, mas a formação pessoal que somos levados a partir de Alex. Um jovem irresponsável, sedento por violência, e que nos mostra seu amadurecimento em meio a sua vida conturbada.

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